Já percebeu como o mercado se movimenta em ciclos?
Alta, euforia, correção, baixa, recuperação… um movimento quase natural, que se repete.
Agora pense comigo: e o corpo feminino?
Ele também vive em ciclos hormonais, emocionais e energéticos, que influenciam diretamente a produtividade, a tomada de decisão e até o consumo.
O que pouca gente fala é que esses dois mundos se conectam muito mais do que parece. Cada fase do ciclo menstrual traz mudanças hormonais, emocionais e energéticas que influenciam diretamente nossa produtividade, consumo e até as escolhas de investimento.
E se nós começássemos a olhar para esses ciclos não como obstáculos, mas como estratégias?
Afinal, o mercado e o corpo estão mais próximos do que parecem:
Alta euforia ↔ fase ovulatória: energia, confiança, maior sociabilidade. Boa hora para negociar, se expor, compartilhar ideias.
Correção ↔ fase pré-menstrual: visão crítica, capacidade analítica mais aguçada. Ideal para revisar contratos, ajustar planos.
Baixa ↔ menstruação: introspecção, recolhimento. Excelente momento para analisar resultados e repensar prioridades.
Recuperação ↔ fase folicular: criatividade e disposição em alta. Perfeito para começar novos projetos ou estudar novos investimentos.

Assim como no mercado, quando forçamos ações fora do ciclo, os custos podem ser altos; em forma de estresse, decisões equivocadas e até compras por impulso. Gerando impacto invisível no dinheiro.
Estudos em neurociência e economia comportamental mostram que o estresse financeiro ativa áreas ligadas ao medo e desliga o córtex pré-frontal, onde moram as boas decisões.
Por isso, em certos momentos do ciclo, a propensão ao consumo emocional pode aumentar e com ele, a sensação de culpa. O ponto é: quando reconhecemos nossos ritmos, conseguimos transformar vulnerabilidade em estratégia.
Lembro de uma fase em que, perto da TPM, eu fazia compras como forma de aliviar a tensão, comida, roupa, acessórios. Muitas vezes já no dia seguinte vinha a frustração ao ver o gasto.
Foi só quando comecei a mapear meu ciclo que percebi o padrão: sempre nos mesmos dias.
A partir daí, passei a usar essa fase para revisar meus gastos e evitar grandes decisões financeiras. O simples ato de observar trouxe clareza e me ajudou a cuidar melhor do meu dinheiro e de mim mesma.
Uma ferramenta simples é criar um diário cíclico, como um planner pessoal:
Em sua agenda ou planner anote energia, humor, produtividade e relação com o consumo. Registre também decisões financeiras (desde um café fora até uma aplicação maior).
Depois de alguns meses, padrões começam a aparecer e isso vale ouro.
Este diário se torna um espelho, mostrando quando você tende a investir com confiança, quando precisa rever estratégias e quando é melhor simplesmente pausar, não é uma ferramenta de julgamento, mas uma forma de você se tornar líder de si mesma.
Investir não é só sobre números. É sobre autoconhecimento.
Reconhecer seus ciclos é como aprender a ler gráficos internos: escrever sua própria história, lidar melhor com o dinheiro, e aprender a fazer ele dar frutos no tempo certo.

Ciclos não são limitações, são mapas.
Quando aprendemos a navegar neles, conseguimos mais clareza, autonomia e prosperidade.
E eu quero muito ouvir de você:
Como você percebe a influência dos seus ciclos no seu dinheiro e na sua produtividade?
Vamos continuar essa conversa pelo post do Instagram @raissa.aho e @amulhertrader, e vamos de forma simples transformar finanças em bem-estar.
Afinal, a prosperidade verdadeira nasce quando entendemos que nossos ciclos também são ativos valiosos.
Referências
- Lisa Mosconi – The XX Brain: como hormônios influenciam o cérebro feminino.
- Kate Northrup – Do Less: produtividade feminina alinhada ao ciclo.
- Richard Thaler & Cass Sunstein – Nudge: economia comportamental aplicada às escolhas do dia a dia.
- Daniel Kahneman – Rápido e Devagar: como tomamos decisões financeiras sob influência emocional.
Raissa Aho

Facilitadora e palestrante de Mindfulness e Yoga na Cadeira pela IMTTA (Austrália). Há uma década acompanho mulheres em suas jornadas de produtividade cíclica e gestão emocional, ajudando-as a viver com mais clareza, equilíbrio e confiança.